Ano de Copa do Mundo, eleições, vendas do comércio em alta, shoppings mais cheios. O que é possível esperar para o varejo em 2018?
“Copa do Mundo é mais euforia da imprensa. Quem já tem televisão não troca ou compra outra por conta dos jogos”, afirma Natale Dalla Vecchia, diretor da Lojas Cem.
Com faturamento de R$ 5,3 bilhões no ano passado, 11,3 mil funcionários e 256 lojas em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, a rede deve crescer 15% neste ano.
Esse crescimento é menor do que o do ano passado, de quase 25%. “A concorrência entre as lojas do setor é grande”, diz Dalla Vecchia.
A Lojas Cem é uma das mais bem sucedidas do seu setor. Mesmo com a crise, não fechou lojas.
Banca com recursos próprios a compra do cliente e, diferentemente dos concorrentes, não tem planos de entrar no e-commerce.
“O custo para vender pela internet é muito alto, e nossa clientela prefere ver e tocar no produto. Não vemos vantagem em vendas online”, diz Dalla Vecchia.
Com 454 lojas em Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Espírito Santo, Bahia, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul, a rede mineira Zema, com sede em Araxá (MG), já espera vender mais por conta da Copa.
“É um ano sempre melhor para o setor de televisores. Estamos prevendo um crescimento de dois dígitos para este ano, superando a receita de 2016”, diz Wagner Bueno, diretor de marketing da Zema, com receita anual da ordem de R$ 1,4 bilhão.
A Zema foi obrigada a fechar cerca de 40 lojas durante os últimos dois anos por conta da crise. O plano para este ano é fortalecer as lojas existentes e o e-commerce.
Bueno acredita que há um consumo represado no caso de eletroeletrônicos devido à mais intensa e longa recessão que o país já enfrentou.
“O consumidor ainda está muito endividado e certamente precisa de crédito para adquirir novos bens. O surgimento de novos meios de pagamento pode ajudar o consumidor”, diz.
A Confederação Nacional do Comércio (CNC) faz projeções positivas para este ano. As vendas do comércio devem crescer cerca de 5%, de acordo com Fábio Bentes, economista-chefe da CNC.
A percepção da CNC é que as condições que propiciaram a retomada do crescimento econômico, como a queda de juros e da inflação, estão minimamente preservadas.
E esse cenário independe de Copa e eleições.