A expansão do e-commerce no mundo leva a crer que ver o cliente dentro de uma loja de tijolos será cada vez mais raro. Mas será mesmo?
Apesar dos avanços do comércio eletrônico, somente as lojas físicas conseguem proporcionar uma experiência de compra completa, unindo estímulos sensoriais e convívio social.
As lojas físicas, portanto, não podem ser apenas locais onde se encontram produtos e se realizam transações comerciais.
Elas precisam ser verdadeiros hubs de diversão, aprendizado e, porque não, pontos de encontro de comunidades e grupos que compartilham dos mesmos interesses e valores.
A rede Urban Outfitters, nos Estados Unidos, já opera lojas com propostas arrojadas, como a Space 98, no bairro do Brooklyn, em Nova York.
O espaço, em constante renovação, além da loja da marca, já abrigou um café, um restaurante, uma galeria de arte e uma área de shows.
Detalhe: todas as atividades que constroem a experiência única de visitar e comprar na Space 98 respeitam o perfil e estilo de vida do público da marca e as características locais do bairro.
Pequenas lojas de bairro no Brasil, aliás, têm acertado ao se engajarem com a comunidade.
Elas ajustam o mix de produtos e o horário de funcionamento de acordo com os hábitos dos clientes, procurando oferecer como diferencial um tratamento mais pessoal e caloroso.
Muitas vezes, os clientes vão até essas lojas porque são reconhecidos, chamados pelos nomes e se sentem à vontade para compartilhar algo de suas vidas pessoais.
Ir até essas lojas já se transformou em uma importante experiência social em seu dia-a-dia.
A gigante de materiais esportivos Nike vem apostando na customização de produtos pelos próprios clientes, como forma de potencializar a experiência de compra e atrair os clientes para suas principais flagships.
Funciona assim: o cliente agenda um horário para participar de um workshop no laboratório de customização da loja.
E, sob a orientação de especialistas, personaliza o tênis Air Force One com uma enorme variedade de materiais e técnicas.
Além de ser uma atividade lúdica, divertida, a loja obtém como resultado, clientes extremamente felizes com suas próprias criações e produtos únicos que vão chamar a atenção, e trazer novos clientes para essa experiência incrível.
A Soap Cherrie, uma pequena loja de bairro, em Williansburg, focada em produtos para o banho, oferece aulas que prometem ensinar os clientes a produzirem os seus próprios sabonetes.
Produtos sob medida, feitos com a “cara” do cliente, parece ser uma boa e atraente receita de experiência sensorial.
O faça você mesmo, e na loja, também foi descoberto pela Lowe’s, que tem apostado no segmento de jardinagem para trazer o consumidor para as suas lojas.
Num espaço muito bem montado, o cliente encontra todos os produtos para montar seu vaso, e ainda conta com a ajuda de pessoal especializado para o trabalho pesado ou para dar dicas.
A REI, especializada em roupas e equipamentos para esportes outdoor, tem entendido que os clientes passam a frequentar mais as lojas físicas à medida que expandem a oferta de serviços.
Em suas lojas, é possível alugar equipamentos e roupas para praticar ski, snowboard, escaladas, entre outras atividades.
Elas oferecem também serviços especializados de manutenção e personalização para as principais linhas de produtos comercializados na loja.
Um cliente pode comprar e customizar uma montain bike, e depois fazer a sua manutenção preventiva e, se necessário, corretiva.
Tudo isso faz com que ele retorne várias vezes na loja e tenha oportunidade de comprar roupas e assessórios, num ciclo contínuo de relacionamento.
Seja pela experiência sensorial e social, pelos serviços ou pela possibilidade de personalizar produtos, os varejistas estão buscando dar novos motivos para os clientes voltem às lojas, pois o simples fato de encontrar produtos não é mais suficiente para ele ir até uma loja de tijolo.
E tudo indica que os clientes estão gostando de ir às lojas que oferecem serviços, lazer, entretenimento e espaço para convívio.
Excelente matéria Gustavo. Quando envolvemos os 5 sentidos e adicionamos pitadas de emoção, temos muito mais chances de fidelizar os clientes. Parabéns pelo artigo! Um grande abraço, Flávio.
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