Em um ano, surgiram 75 mil novas lojas online no Brasil. Isto é, 205 por dia.
Esse número representa um aumento de 12,5% em relação ao ano passado, e indica uma retomada do ritmo de crescimento do e-commerce no país.
Veja por que. Em 2017, o número de lojas online cresceu 9,23% sobre 2016.
Em anos anteriores, o ritmo era superior a 20% – 24,67% em 2015 e 21,52% em 2016.
“Os números deste ano sinalizam que os negócios estão voltando a crescer e que o e-commerce é o canal de vendas escolhido para atender o consumidor”, diz Gustavo Carrer, consultor do Sebrae-SP.
Os dados fazem parte do estudo “O perfil do e-commerce brasileiro – 2018” realizado pela BigData Corp para o PayPal Brasil.
Os pequenos sites, com até 10 mil acessos mensais, são maioria – representam 82,48% do total do e-commerce brasileiro, porém menos do que há um ano (97,8%).
As grandes lojas online, com mais de 500 mil acessos mensais, já ganharam participação. No ano passado, representavam apenas 0,17% do e-commerce. Hoje, 7,53%.
Os sites médios, com 10.001 a 500 mil visitantes, também elevaram a participação em um ano, de 2,75% para 9,99%.
Para Carrer, esses dados indicam que os pequenos sites de venda estão se tornando médios e que esses, por sua vez, estão virando grandes.
“É um movimento que revela a consolidação do mercado de vendas online”, afirma.
A BigData também identificou um aumento no número de lojas online que comercializam produtos com preços abaixo de R$ 100.
Esses sites representam agora 84,32% do e-commerce no país. Isto é, quase nove pontos percentuais acima do número de 2017.
O estudo mostrou ainda que os sites associados às lojas físicas ganharam força.
Em 2017, eles tinham participação de 4,93% do e-commerce brasileiro e, neste ano, 13%.
Com a crise, as grandes redes colocaram um pé no freio dos investimentos, impactando o comércio online.
O fechamento de lojas físicas, por outro lado, reforça a importância do comércio eletrônico nos resultados de quem opera nos dois canais.
A Zema, uma das maiores redes de eletrônicos e móveis do país, anunciou que vai dar ênfase para o e-commerce a partir do segundo semestre.
E essa ação deve ajudar a empresa a elevar em 15% o faturamento neste ano, na comparação com 2017.
“Com a retomada do consumo, as redes voltaram a planejar ações também para o e-commerce”, diz Carrer.
As lojas online estão diversificando a oferta de produtos. A participação dos sites de vendas pela internet com mais de uma centena de produtos cresceu de 14,77% para 33,51%.
O estudo também identificou que aumentou a relevância das mídias sociais como canais de comunicação e ferramentas do e-commerce – 71% das lojas virtuais têm presença no Facebook.
Mais: o uso de sistemas de carteiras virtuais de pagamento eletrônico, como o PayPal, já atinge 47,38% do comércio online no país.
EM EXPANSÃO
O e-commerce no Brasil representa pouco menos de 5% de toda a venda do varejo no país. Mas, mesmo durante a crise, não parou de crescer.
Em 2017, a venda online somou R$ 59,9 bilhões, o que representou crescimento de 12% em relação a 2016, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
O valor médio de gasto, no período, foi de R$ 294, com destaque para produtos eletroeletrônicos (R$ 558,20), óticas (R$ 454,40) e acessórios automotivos (R$ 418,20).
Esses dados são do estudo “E-commerce radar 2017 – resultados do mercado de e-commerce do Brasil” da Neomove, em parceria com ABComm.
O principal motivador das compras online continua sendo as buscas no Google, já que 52% dos pedidos são originados deste canal.
A conquista de clientes, porém, passa pelo e-mail marketing, redes sociais, Criteo e Buscapé, de acordo com o estudo da Neomove.
Para a ABComm, o e-commerce brasileiro deve crescer 15% neste ano, com previsão de atingir um faturamento de R$ 69 bilhões.
O ano pode registrar mais de 220 milhões de pedidos para as lojas virtuais, com um tíquete médio de R$ 310, superior, portanto, ao do ano passado.
Foto: USP Imagem