O brasileiro está menos endividado do que há um ano. Em janeiro deste ano, o percentual de famílias com algum tipo de dívida foi de 60,1% e, em janeiro de 2018, de 61,3%.

O número de famílias endividadas, porém, subiu em janeiro na comparação com dezembro de 2018.

No último mês do ano passado, o percentual era 59,8%, de acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio).

O que o lojista pode esperar para 2019?

Para Fabio Silveira, sócio-diretor da MacroSector Consultores, o endividamento das famílias tende a diminuir ao longo deste ano.

Há basicamente duas razões para isso: a queda dos juros (a taxa Selic hoje é de 6,5% ao ano) e o aumento da massa real de salários, que ocorre há dois anos.

Em 2017, o aumento da massa real de rendimentos do brasileiro foi de 1,9%.

A expectativa de Silveira é de crescimento de 2,3% em 2018 e de 1,8% neste ano.

“Os dados mais positivos de inadimplência são reflexo da política de queda de juros e do aumento, ainda que pequeno, da massa real de salários”, diz Silveira.

A economia está também menos tensa com o fim do processo eleitoral, o que deixa os consumidores mais tranquilos para gastar.

Isso fica evidente no aumento da demanda por crédito, de 10%, no período de novembro de 2017 a novembro de 2018.

As lojas de eletrodomésticos e móveis devem sentir mais facilmente a volta dos consumidores já neste semestre.

Não vai ser um ano daqueles de soltar rojão, mas, aos poucos, na avaliação de Silveira, os brasileiros vão retomar as compras.

O número de inadimplentes – os que possuem dívidas ou contas em atraso – também caiu em relação a janeiro de 2018, de acordo com a CNC.

A queda foi de 25% para 22,9%, no período.

O número de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas também caiu, de 9,5% em janeiro de 2018 para 9,1% em janeiro deste ano.

“A queda na comparação anual indica que persistem o ritmo lento de recuperação do consumo e a cautela das famílias na contratação de novos empréstimos e financiamentos”, afirma Marianne Hanson, economista da CNC.

O cartão de crédito continua sendo a principal fonte de dívidas dos brasileiros (78,4%), tendo apresentado alta entre as famílias com renda inferior a dez salários mínimos (79,1%).

Carnês (14,0%) e financiamento de carro (9,7%) vêm logo em seguida.

 

Escrito por Fátima Fernandes

Jornalista especializada em economia, negócios e varejo

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