Um dos indicadores de desempenho de uma economia é a disposição (ou a falta dela) do consumidor para gastar.
Se os planos e as ações para o comando do país geram emprego e confiança, as pessoas compram mais, inclusive produtos supérfluos. E vice-versa.
Para os pequenos empresários do varejo de alimentos, o primeiro trimestre de 2019 revela um consumidor com pouquíssima disposição para as compras.
“O que tenho ouvido de donos de mercados é que o cliente está comprando o básico”, diz Álvaro Furtado, presidente do Sincovaga, sindicato que representa o comércio de produtos alimentícios no Estado de São Paulo.
Em janeiro, diz ele, as vendas do pequeno comércio de alimentos foi um pouco menor do que as de igual mês do ano passado.
Em fevereiro, o faturamento subiu cerca de 2% sobre o de igual mês de 2018, “só que isso não se traduziu em aumento de margens para os comerciantes”.
“Isso quer dizer que o consumidor paulista está comprando produtos básicos, com margens pequenas para os empresários.”
Os donos dos mercados, diz ele, estão sem entusiasmo para investir neste início do ano.
“No começo do governo de Jair Bolsonaro havia um clima mais otimista por conta da proposta da reforma da Previdência. Agora, o clima mudou com as confusões do governo.”
O entusiasmo do empresário depende hoje da reforma da Previdência, diz ele. “Se não sair, o país vai entrar em clima de insegurança.”
O consumidor já está em clima de pé no freio. “Quem tinha voltado a consumidor produtos com mais valor agregado, voltou a comprar somente o básico.”