Fundada em 1952, a marca francesa Chloé, especializada em moda, acessórios e perfumes, vai voltar para o Brasil.
Considerada uma das grifes favoritas do público jovem, a Chloé vai ter uma loja no shopping Cidade Jardim ainda neste ano.
A notícia é boa para o mercado de luxo brasileiro, que chegou a movimentar perto de R$ 1,5 bilhão anuais, e que não para de encolher.
Nos últimos quatro anos, pelo menos 30 marcas de luxo saíram do Brasil.
Versace, Lanvin (roupas), Kate Spade (bolsas), Vacheron Constantin (relógios), Fred Perry (camisetas), Vilebrequin (bermudas) e Laudurée (doces) são exemplos.
Para Freddy Rabbat, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Luxo (Abrael), a volta da Chloé, que já esteve no Brasil e saiu há mais de dez anos, é uma boa notícia.
Desde a aprovação em primeiro turno da reforma da Previdência, em julho, diz ele, há sinais de melhora no mercado brasileiro de luxo.
“Finalmente, o mercado de luxo está reagindo, após anos de piora ininterrupta”, afirma.
A má notícia é que as marcas que foram embora nos últimos anos, diz ele, “não voltam para o país nem com reza brava”.
“Cria-se uma bronca do mercado, o que dificulta a volta, a não ser que volte pelas mãos de brasileiros, sem investimentos próprios”, afirma Rabbat.
Os elevados impostos, insegurança jurídica e vendas abaixo do esperado são os principais motivos da debandada de grifes do Brasil nos últimos anos.
Com a ratificação de alguns acordos comerciais firmados pelo atual governo, diz ele, é possível que o mercado brasileiro de luxo retome, mas a partir do ano que vem.
“As marcas já olharam, experimentaram, saíram correndo ou ainda estão aguardando para ver se a economia brasileira realmente se recupera como o esperado.”
Geralmente, diz ele, quando as marcas estrangeiras saem do Brasil, é por decisão da matriz, que não enxerga mudança para melhora nos negócios.
Os tapumes continuam espalhados pelos shoppings, diz ele, porque as marcas não estão tendo lucro no país. Isso vale para todos os mercados, e não apenas para o de luxo.
As crises na Argentina e no Chile, principalmente, de acordo com Rabbat, vão deixar as grifes ainda mais inseguras em relação a investimentos na América do Sul.
“Elas olham para cá e veem um continente perdido. Para fazer a diferença, o Brasil terá de se destacar. Se fizer a reforma fiscal, pode começar a atrair investimentos.”