Assim que foi anunciada a pandemia do novo coronavírus, os consumidores correram para lotar a dispensa, especialmente de alimentos básicos e artigos de higiene e limpeza.

Por alguns dias, alguns supermercados chegaram a dobrar as vendas e parte das prateleiras ficou vazia.

Faturar mais é sempre bom para qualquer comerciante, mas a anormalidade no ritmo de atendimento também tem seu lado negativo.

Levantamento da Gunnebo, empresa de soluções para a proteção eletrônica no varejo, identificou que, no período de pico de compras, a partir de 6 de março, subiram também as perdas no caixa.

Os dados foram obtidos junto aos clientes usuários do Gatecash, tecnologia da empresa que reúne imagens, vídeos e áudios captados no ponto de venda.

As ocorrências de perdas na seção de frutas, legumes e verduras subiram 254% e de perecíveis, 181%.

No caso de leite longa vida, refrigerante e cerveja, o aumento de ocorrências foi de 176%, 130% e 72%.

O papel higiênico, que praticamente não aparecia na lista de ocorrências, registrou alta de 59% durante a euforia de compras.

Isto é, se em dia um mês normal era identificado dez erros (perdas) com este item, esse número pulou para 16.

Até itens que não constavam na lista de perdas passaram a registrar ocorrências, como o arroz e o açúcar.

“Aumentou a pressão para os funcionários passarem mais rapidamente os produtos no caixa e isso provocou aumento nas falhas”, diz Gustavo Carrer, gerente de desenvolvimento de negócios da Gunnebo.

“Grandes filas se formaram nos PDVs e os operadores de caixa ficaram totalmente expostos e na linha de frente dessa situação”, afirma Vanessa Urbieta, gestora do Gatecash.

O medo, a falta de concentração na atividade e a vontade de acelerar o processo de passagem dos produtos, diz ela, são fatores impactantes para o resultado da operação.

“Tudo isso favorece os erros”, diz.

Do total de perdas registradas pelos supermercados, que representam, em média, 2% do faturamento, cerca de 30% ocorrem na boca do caixa.

Geralmente, as perdas ocorrem por erros operacionais, como falhas na leitura do código de barras e na multiplicação.

Por exemplo, o cliente compra uma caixa de dez litros de leite, mas, por descuido, o atendente registra apenas um litro.

A tecnologia da Gunnebo monitora, por meio de uma câmera, o movimento do operador de caixa, desde a hora que pega o produto até quando vai para a sacola.

Cada vez que faz este movimento é feito o registro, incluindo o som do bip da leitura do código de barra.

“Quando há o movimento do operador tem que ter o registro do produto e o som do bip. Se não tiver, houve falha e registra-se a ocorrência”, diz Carrer.

Toda a inteligência do processo que ocorre no caixa, que pode ser uma ferramenta para uma auditoria, fica em um servidor localizado numa central do supermercado.

A Gunnebo entrega para os clientes um relatório com as possíveis falhas. Consegue, por exemplo, detectar compras de caixas de leite, sem que tenha sido feita a multiplicação.

Para Carrer, com a identificação de falhas no caixa, os supermercados conseguem direcionar os treinamentos de funcionários e tomar medidas para diminuir as perdas.

Isto é, faturar cada vez mais e perder cada vez menos.

 

Escrito por Fátima Fernandes

Jornalista especializada em economia, negócios e varejo

1 comentário

  1. Edri Sandro da rocha sousa 8 de abril de 2020 às 21:49

    Trabalhei seis anos nessa empresa como montador essa empresa é uma empresa muito séria agradeço de coração por te mim dado essa oportunidade de fazer parte durante seis anos amo essa empresa através dela hoje conquistei meu próprio negócio que eu amo também sou barbeiro grato

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