Imagem: WD Partners – www.wdwayfind.com
Até bem pouco tempo atrás o conceito de Drive Thru era associado apenas aos negócios de alimentação, mais especificamente às redes de fast food. Com raras exceções de algumas iniciativas de farmácias e até padarias, dificilmente o termo seria associado ao varejo em geral com tamanha importância.
Mas uma imprevista pandemia se estabeleceu, transformando profundamente a maneira de comprar e consumir, impactando todos os varejistas, independentemente de porte ou segmento.
As restrições impostas ao comércio nas lojas tradicionais e o medo generalizado das pessoas em contrair o coronavírus, provocaram um forte crescimento do comércio eletrônico e de todas as modalidades de entrega.
Uma delas em particular caiu no gosto dos consumidores, conhecida lá fora como BOPIS – Buy On-line Pick-up in Store, que pode ser traduzido como compre on-line e retire na loja, ou simplesmente Clica e Retira, oferece uma série de vantagens:
- Não há custo do frete de entrega
- Permite agendamento da retirada
- Não obriga ter alguém em casa para receber as mercadorias
- Elimina ou reduz consideravelmente o tempo de permanência no interior da loja
- Respeita o recomendado distanciamento social
Embora possa parecer menos conveniente pelo fato de ter que se deslocar até a loja para retirar os produtos, na prática, os clientes “encaixam” a passadinha na loja em suas jornadas diárias, indo e voltando do trabalho ou outras atividades externas.
Existem várias formas de implementar o Clica e Retira nas lojas, utilizando balcões específicos no interior da loja ou lockers (armários), mas sem dúvida o Drive Thru é a que os consumidores mais têm apreciado, principalmente pela segurança e agilidade.
A rigor, no Drive Thru o cliente compra e recebe sua mercadoria sem sair do carro, dirigindo através de um fluxo linear, com pontos específicos para fazer o pedido, realizar o pagamento e finalmente retirar a compra.
Mas esse conceito foi ampliado e atualmente tem se usado Drive Thru para receber vacinas, fazer exames da covid-19 ou entregar doações.
Implantar Drive Thru em lojas que já operam com canais digitais ou estão acostumadas a trabalhar com delivery não é uma tarefa tão difícil, em muitos casos, basta reorganizar os processos internos e desenhar um layout que permita que os clientes cheguem com seus veículos até o local mais adequado para a coleta das mercadorias.
Como as lojas estão com fluxo muito pequeno de clientes ou, em muitos casos, proibidas de realizar atendimento no interior da loja devido a pandemia, o espaço do estacionamento ficou praticamente ocioso, permitindo o desenho de um fluxo de carros ou a separação de vagas específicas para as entregas.
Para varejistas que não possuem vagas de estacionamento ou que o layout não favoreça um fluxo contínuo de veículos, existe a opção de utilizar as vagas da rua junto às suas calçadas, sempre respeitando as regras municipais de trânsito.
Além de ser simples, o investimento para reorganização do fluxo de carros ou de vagas especiais não é elevado, pois, em muitos casos, uma boa sinalização pintada no solo, alguns cones e placas, são suficientes.
Mesmo após o fim da pandemia e retomada das operações do varejo como um todo, os consumidores devem manter boa parte das suas compras on-line.
Independente do nível de maturidade de seus canais digitais, se o varejista já utiliza vários marketplaces ou se ainda recebe os pedidos apenas por WhatsApp, oferecer a opção de retirar na loja tornou-se quase obrigatória e o Drive Thru, um dos formatos mais acessíveis.
Gustavo Carrer é head de desenvolvimento de negócios na Gunnebo e editor do portal varejoemdia.com.