Se um termômetro da economia pudesse ser medido em um dos pontos comerciais mais famosos de São Paulo, daria até para afirmar que o país não está mais em crise.
Na Rua Oscar Freire e arredores não há mais tantos espaços disponíveis para a locação e algumas das lojas já vendem até mais do que antes da pandemia.
Há um ano, o corretor Adriano Gomes, especializado na região do Jardins, suava para achar clientes para meia dúzia de imóveis vagos na rua.
Hoje, ele não tem mais lojas disponíveis para a locação. “O mercado voltou a reagir, pelo menos para o comércio do Jardins”, afirma ele.
A loja da Melissa, na qual também funciona uma galeria, faturou de setembro a novembro deste ano 50% mais do que em igual período do ano passado.
Ali perto, a loja da Arezzo registra alta de vendas de dois dígitos na comparação com igual período de 2019. Desde que voltou a abrir, o aumento de receita está acima de 10%.
Thamyres Alves, gerente da Melissa, atribui a expansão de vendas aos eventos promovidos na galeria, como a fachada da estilista brasileira Isabela Capeto, de agosto a outubro deste ano.
“Os eventos estão atraindo o público para a loja, além do lançamento de produto certo na hora certa”, afirma. Agora a fachada homenageia a chegada do Natal.
Gomes diz que os proprietários dos imóveis comerciais da região acabaram flexibilizando as negociações, o que fez com que o mercado de locação reagisse.
Até mesmo as luvas, que chegaram a desaparecer no auge da pandemia do coronavírus, voltaram a ser negociadas. Tem lojista pagando R$ 500 mil para entrar na Oscar Freire.
Muitos empresários que têm procurado a região, diz ele, quer uma loja para montar showroom, com espaço para escritório e tocar o e-commerce.