Hoje, qual é o varejista que não quer identificar o melhor modelo de negócio em tempos de pandemia, inflação de dois dígitos e grandes transformações na forma de comprar?
Para Júlio Takano, um dos mais conhecidos arquitetos do país especializados em varejo, a resposta vai certamente exigir uma revolução na forma do lojista pensar o seu negócio.
Uma de suas apostas é no modelo store in store, loja dentro de loja, que surgiu mais fortemente nos EUA em 2008 e deu as caras no Brasil com a Casas Bahia da marginal Tietê.
Mas, atenção, este modelo store in store não é aquele que se caracteriza por uma simples locação para a ocupação de espaços eventualmente ociosos.
O modelo, diz ele, tem de estar inserido num protótipo ainda maior, chamado de ecossistema, no qual funcionam parcerias capazes de atender de forma conjunta as demandas dos clientes.
Quando um varejista chama uma marca para ocupar um espaço na sua loja, de acordo com ele, não pode mais ser apenas uma relação mercantil.
“Precisa haver uma integração de negócios, após estudos para identificar o perfil e a jornada de compra do cliente”, afirma.
Se uma loja entra em um espaço de outra loja sem fazer parte deste chamado ecossistema, diz ele, muito provavelmente, vai fracassar.
A Casas Bahia da marginal Tietê é exemplo de store in store que opera exatamente no modelo da complementariedade de produtos para um consumidor conhecido previamente.
Marcas como Tramontina, Soneda, Casa Bauducco, Wine.com, Trees & Co. dividem o espaço e trabalham conjuntamente com as suas respectivas equipes para atrair a clientela.
“Este é o segredo do negócio. São mudanças que exigem do varejista maneiras diferentes de pensar o negócio”, diz o arquiteto.