Na fase mais dura da pandemia, havia uma expectativa de que o mercado de shopping centers não seria mais como antes, mesmo com a volta das pessoas às ruas.
A demanda por lojas de rua, a explosão do e-commerce e o embate entre lojistas e centros comerciais em torno de aluguéis mais do que corroboravam essa tese.
Dois anos e meio após o início da pandemia do novo coronavírus, o Pátio Paulista, um dos shoppings mais tradicionais de São Paulo, mostra que a premissa estava furada.
“Sim, muitos lojistas saíram de shoppings, mas muitos entraram”, afirma Márcio Werner, superintendente do Pátio Paulista, que reúne 276 lojas.
Com 33 anos, o empreendimento é administrado pela Ancar Ivanhoe, empresa fundada em 1972, com operação em mais de 20 shoppings no país.
Faturamento, tráfego de pessoas e de veículos, diz ele, já superam em dois dígitos, ao redor de 14%, os números de igual período de 2019, antes da proliferação da Covid-19.
Inflação e juros elevados, 10 milhões de pessoas desempregadas, ano de eleições, de acordo com Werner, não mudam as boas perspectivas para este ano e para o próximo.
“As pessoas querem ir para as lojas, querem voltar a ter a experiência de convivência, a interagir com o espaço físico. Obviamente, isso favorece os shoppings.”