Ninguém duvida que a pandemia do novo coronavírus impulsionou o e-commerce, aliás, com grande destaque para o setor supermercadista, por conta da recomendação ‘fica em casa’.
Da noite para o dia, a venda online chegou a representar 15% da receita de alguns supermercados, levando a crer que, a partir daí, essa fatia até poderia não cair mais.
Quase três anos depois, empresários e consultores de varejo afirmam que expectativa não se confirmou. A venda online nos supermercados perdeu força, voltando à casa de um dígito.
Dizem que é difícil encontrar um supermercado, inclusive médio e grande, que ganha dinheiro, isto é, tem lucro, com a operação de comércio eletrônico.
“No auge da pandemia, o e-commerce chegou a ter participação de 15% no faturamento. Hoje, se chegar a 4,5% é muito”, diz Hélio Freddi Filho, diretor da rede Hirota, com 18 lojas.
A estrutura para receber os pedidos, separar os produtos e levá-los até a casa do cliente, diz ele, é cara demais. Soma-se a isso a concorrência cada vez mais acirrada no mundo virtual.
“Se lanço uma campanha de uma caixa de cerveja a R$ 8, uns quinze minutos depois já tem outra rede com preço ainda mais competitivo. Toda a concorrência acompanha”, afirma.
“A conta não é fácil de fechar. A margem é pequena, tem serviço e frete grátis. Em qual momento ganha-se dinheiro?”, diz José Eduardo Carvalho, diretor da rede Violeta, com 9 lojas.
As empresas de entrega, como Rappi e I-food, ajudam os supermercados a levar os produtos até a porta da casa do consumidor, dizem eles, mas isso custa, e não é pouco.
“Temos um portfólio online de produtos para dar mais uma opção de compra para o cliente, mas, de fato, essa não é uma operação rentável”, afirma Carvalho.