Não é de hoje que o setor de vestuário reclama de competição desigual com peças importadas de países asiáticos, especialmente da China.

Alguns produtos chineses, de acordo com representantes de confecções, chegam ao país com preços até menores do que os custos de produção no mercado brasileiro.

A vinda da plataforma chinesa Shein ao Brasil, que faturou por aqui cerca de R$ 8 bilhões somente em 2022, é considerada mais uma objeção para quem fabrica e vende no país.

Faz sentido tanta reclamação quando se discute a competição com roupas da China? Se sim ou se não, o fato é que a participação de roupas importadas no consumo interno está crescendo.

Em 2017, as peças importadas representavam 13,4% do consumo nacional. Em 2019, este percentual pulou para 14,5% e, no ano passado, para 18,5%.

Os dados fazem parte de um estudo sobre a indústria e o varejo de vestuário que acaba de ser concluído pelo IEMI – Inteligência de Mercado, que estuda há décadas o setor.

No ano passado, foram importadas 1,16 bilhão de peças, 43,5% mais do que em 2021 (810,7 milhões), de acordo com o levantamento. Na comparação com 2017, o salto é de 28,2%.

Vale lembrar que as importações feitas por meio da plataforma chinesa, de acordo com Marcelo Prado, diretor do IEMI, não estão consideradas nos percentuais do estudo.

“O que constam nos números do levantamento são as importações regulares, feitas por canais tradicionais, com recolhimento de Imposto de Importação e outros tributos”, diz.

Os 18,5% que correspondem à participação dos importados no consumo nacional de vestuário, diz, sobem para 22% a 23%, considerando o que entra no país com valores abaixo de US$ 50.

“A ameaça dos importados sempre foi perigosa para o Brasil, principalmente da China. Agora o setor enfrenta ainda o movimento B2C da Shein, com conexão direta pelo canal verde”, diz.

Este canal indica o desembaraço automático do bem importado. Quando o produto passa por ele é sinal de que está dispensado de verificação de documentos e impostos.

Veja a matéria completa

Escrito por Fátima Fernandes

Jornalista especializada em economia, negócios e varejo

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s