Se existe um parecer unânime entre os profissionais que estudam e atuam no mundo do varejo é que o e-commerce se tornou uma peça fundamental para o sucesso de um negócio.
A partir da pandemia do novo coronavírus, principalmente de sua fase mais aguda, estar fora do comércio eletrônico parece ser indício de que o fracasso pode até tardar, mas não falha.
Mesmo com todo esse discurso, tem empresa do varejo, com faturamento na casa do bilhão de reais, decidida a ir na contramão do caminho indicado por dez entre dez especialistas.
E, pelo menos até este momento, não tem do que reclamar.
Com 139 lojas em 11 Estados brasileiros, o grupo Avenida, a maior rede de moda da região Centro-Norte do Brasil, testou por dois o comércio eletrônico e desistiu do canal de vendas.
“Decidimos não bancar os prejuízos do e-commerce”, afirma Rodrigo Caseli, CEO do Grupo Avenida, que, desde o ano passado, faz parte da holding Pepkor, da África do Sul.
Para quem não está mais familiarizado com as redes da região Sudeste, o modelo de negócio do Grupo Avenida é mais parecido com o da Pernambucanas, que atende toda a família.
No momento em que gigantes do varejo enfrentam crises financeiras que chegam à casa dos bilhões de reais, como é o caso da Americanas, o Grupo Avenida lucra e cresce dois dígitos.
De junho do ano passado a maio deste ano, o faturamento real da empresa cresceu 12%, considerando as mesmas lojas. Com as novas, a alta é de 16%.
O público das classes C e D, o foco da empresa nas regiões em que atua, de acordo com ele, não paga R$ 15, R$ 20 para receber em casa uma peça que custa cerca de R$ 45.
O comércio eletrônico na região Centro- Norte do país, diz Caseli, é mais caro, e a entrega, mais demorada, do que na região Sudeste, como exemplo.