Os Estados Unidos, o maior mercado de varejo do mundo, nunca viveram um período tão intenso de fechamento de lojas como em 2017.
A Macy’s e a J.C. Penney, duas das mais tradicionais redes dos EUA, anunciaram, cada uma, o fechamento de centenas de lojas desde 2016.
O banco Credit Suisse prevê, em um estudo do ano passado, o fechamento de aproximadamente 8 mil lojas no mercado norte-americano em 2018.
A China, o segundo maior mercado de varejo do planeta, registrou o fechamento de 185 lojas de departamento e supermercados somente em 2016.
A Mark & Spencer é uma das redes que anunciaram a saída do mercado chinês, como cita o estudo “O Futuro do varejo”, da The Retail Performance Company (RPC).
No Brasil, a situação não é diferente, e foi agravada pelos efeitos da maior crise econômica já vivida pelo país, que resultou no fechamento de mais de 200 mil lojas em três anos, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Num cenário como esse, estar perto do consumidor e saber exatamente o que ele deseja tornou-se imprescindível para quem quer atuar no comércio fora e dentro do país.
Foi-se se o tempo em que o lojista passava o dia com a barriga no balcão à espera do cliente com a certeza de que a receita do mês daria para pagar as contas e ainda obter lucro.
Com cada vez mais acesso à informação e a tecnologias, o consumidor tornou-se mais exigente, pesquisador de preços, e ansioso por experiências de compra.
Preço baixo já não basta para o cliente abrir a carteira. Ele quer estar envolvido de alguma forma com a marca, com os produtos, com as novas tecnologias, antes de decidir comprar.
Para ajudar o lojista a vencer a dura tarefa de conquistar a clientela, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ligada ao MDIC (Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio), lançou o ProVa – Laboratório de Inovação do Varejo.
Localizado no shopping Frei Caneca, em São Paulo, o ProVa oferece um espaço para conexão, aprendizado, co-criação, experimentação e difusão da cultura de inovação para o varejo.
A consultoria Pieracciani venceu o edital para fazer a gestão do projeto, que foi lançado no início de junho deste ano e terá duração de 18 meses.
Start ups com foco em inovação estão sendo selecionadas para mostrar as suas tecnologias para os lojistas no espaço.
Visitas técnicas também são organizadas com o objetivo de ajudar os pequenos e médios lojistas a tocarem melhor os seus negócios.
Cada startup conta com mesa para demonstração de produtos e serviços, acesso à internet Wi-Fi, impressora, salas de reunião com televisão (que podem ser agendadas pelo portal do ProVA).
Orçado em R$ 3,6 milhões, o projeto foi dividido em três ciclos de seis meses, com 34 atividades em cada ciclo.
Cursos, palestras, exposição e experimentação de tecnologias fazem parte do projeto. O lojista não paga para participar.
“O setor do varejo é estratégico para a economia. O projeto tem como objetivo apresentar soluções, metodologias, ferramentes, novos negócios para melhorar a competitividade do setor”, diz Daniel Rodrigues, diretor da Pieracciani e coordenador do projeto.
Mais de mil lojistas já participaram de eventos do ProVa. Neste momento, os lojistas podem conhecer no espaço os serviços de quadro startups. Veja quais são.
Dispute Click: Ferramenta de marketing e publicidade que tem como objetivo estimular o aquecimento do comércio, alavancando as vendas e proporcionando mais visibilidade às empresas parceiras.
Gofind: Localizador de produtos para diminuir rupturas e aumentar o engajamento com o consumidor. A ferramenta mostra ao cliente onde encontrar produtos da marca que procura nas proximidades.
Zipz: App de descontos que reúne ofertas de diversas lojas, como restaurantes, bares, fast food, pet shop e salão de beleza.
Clickvision: Plataforma digital que utiliza realidade aumentada e conecta usuários, óticas, oftalmologistas e indústria.