A taxa média mensal de juros cobrada dos consumidores brasileiros foi de 4,84% em novembro do ano passado.

É altíssima, claro, quando comparada com a de alguns países. Nos Estados Unidos, por exemplo, o custo do dinheiro não chega a 1% ao ano.

Mas a boa notícia é que a taxa de juros está em queda no Brasil. Em janeiro de 2016, era de 5,68% ao mês, de acordo com dados do Banco Central (BC).

Essa queda no custo do empréstimo tem estimulado o consumidor a comprar mais a prazo.

No período de novembro de 2017 a novembro de 2018, a tomada de crédito subiu 10%.

Nesse cenário, tudo indica que o crédito pode sustentar as vendas do varejo neste ano.

“Há um clima de otimismo, a tomada de crédito aumentou, mas nada capaz de levar a economia a arrancar em 2019”, diz Fabio Silveira, sócio-diretor da MacroSector Consultores.

Para ele, o volume de vendas do varejo deve crescer cerca de 2,5% neste ano, um pouco mais do que em 2018.

As empresas com boa gestão e capazes de encantar os clientes com produtos, experiência de compra e opções de canais de vendas, diz ele, são as que devem se manter no mercado.

Para Silveira, o processo de concentração no varejo deve se aprofundar em 2019.

Para que a economia brasileira deslanche, o Brasil precisa aumentar os investimentos.

O país tem uma das menores taxas de investimento do mundo, ao redor de 16% em relação ao PIB (Produto Interno Bruto).

Em países como Índia e China, essa taxa está acima de 25%, como base de comparação.

E os investimentos acontecem, diz Silveira, se os empresários estiverem confiantes na economia, nos programas de governo.

As reformas que o país precisa, como a da Previdência, se realizadas, podem elevar os investimentos.

Por enquanto, neste início de ano, o que dá para afirmar, na análise de Silveira, é que o varejo afinado com o cliente deve puxar a roda da economia, mas com limites.

Escrito por Fátima Fernandes

Jornalista especializada em economia, negócios e varejo

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