Se tem um assunto que, desde o início da pandemia do novo coronavírus, não sai das rodas de conversas dos varejistas é o quanto está mais caro manter uma loja em um shopping center.

A conta é simples. Se tudo subiu de preço, como revela a inflação oficial, e as vendas caíram, é natural que o custo de estar em um centro comercial tem maior participação sobre a receita.

Antes da pandemia, o custo de ocupação de uma loja, considerando aluguel, condomínio e fundo de promoção, girava em torno de 15%, em média. Hoje está mais perto de 22%.

Um percentual acima de 15% pode comprometer a saúde financeira do negócio.

“Os lojistas estão vendendo menos, não conseguiram repassar a inflação, e os alugueis foram reajustados pelo IGP-M”, diz Marcos Hirai, consultor especializado em expansão do varejo.

Em contato diário com varejistas e shoppings do país, Hirai, que identificou o maior peso dos custos na receita das lojas durante a pandemia, diz que os varejistas vivem um dilema.

É melhor permanecer em um shopping consolidado, com custo maior, ganhando menos, ou se instalar em um centro comercial mais novo, faturando menos e também pagando menos?

Neste momento, as duas opções estão sendo adotadas pelos lojistas.

“Alguns têm medo de correr riscos e optam por ficar onde já estão. Outros querem evitar o trauma de pegar o boleto sem saber se vão faturar o suficiente para pagar a conta.”  

Como a vacância aumentou em todos os shoppings, diz ele, surgiram oportunidades para varejistas em espaços com maior flexibilidade de negociação.

Em São Paulo, Parque da Cidade, Morumbi Town, Pamplona, Trimais são shoppings que estão atraindo marcas desencantadas com shoppings tradicionais, de acordo com lojistas.

Para Hirai, é natural que, em um centro comercial com menor fluxo de pessoas, o faturamento também seja menor, o que pode, eventualmente, oferecer algum risco para o negócio.

“Se vender menos e, proporcionalmente, pagar menos, porém, pode fazer sentido. O fato é que tem muito lojista com dificuldade para manter o negócio em shopping mais consolidado.”

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Escrito por Fátima Fernandes

Jornalista especializada em economia, negócios e varejo

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