Inflação anual ao redor de 4,5, Selic, de 7%, taxa de câmbio, de R$ 3,90, e PIB (Produto Interno Bruto) crescendo 2,5%.
Esses são números previstos para 2019 com Geraldo Alckmin no comando do país, de acordo com análise de Fabio Silveira, sócio-diretor da MacroSector Consultores.
Alckmin, candidato à presidência do Brasil pelo PSDB, é considerado um “homem do establishment, e, portanto, capaz de trazer calma para os mercados de câmbio e de juros”, diz.
Com Jair Bolsonaro (PSL) na presidência do país, as projeções de Silveira são outras.
A inflação fica maior, próxima de 6%, a taxa de câmbio passa de R$ 4, permanecendo ao redor de R$ 4,50, e Selic, de 9%. Clique aqui para ver matéria completa.
Os indicadores da economia brasileira são melhores com Alckmin do que com Bolsonaro, diz Silveira, considerando as propostas já anunciadas e as falas de cada um deles.
“O Alckmin não é um outsider, um aventureiro, conhece as articulações da política brasileira. Possui um entendimento mais racional, e menos emocional, da necessidade de o país buscar o equilíbrio fiscal”, diz Silveira.
Somente esse entendimento, na avaliação do economista, é suficiente para acalmar os mercados de câmbio e juros.
“O ex-governador de São Paulo passa sempre a mensagem de que vai perseguir as reformas. Isso pacifica o Congresso para discutir de maneira madura as ações para tirar o país da crise.”
É lógico, diz Silveira, que o jogo ainda não está dado, “as peças ainda serão colocadas, pode-se discutir arranjos, mas os movimentos são mais previsíveis com Alckmin.”
O tucano também está comprometido, na avaliação de Silveira, com ações para que o país volte a ter superávit primário mais próximo de zero, e até positivo.
O déficit fiscal brasileiro que, em 12 meses, chegou a R$ 160 bilhões está caindo, mas ainda é elevado, próximo de R$ 100 bilhões.
Daqui para a frente, as perspectivas são de elevação do déficit, com o aumento de gastos públicos. “Ações efetivas serão mais do que necessárias para o equilíbrio fiscal do país.”
Para que Alckmin tenha sucesso em seu governo, diz Silveira, terá de mostrar a que veio já no primeiro ano de governo.
Zerar o déficit público brasileiro em dois anos é difícil, mas se o tucano conseguir reduzi-lo, diz Silveira, ele ganha confiança do mercado.
Para Silveira, para ter algum sucesso em seu mandato, o novo presidente precisa mostrar que o país tem solidez do ponto de vista financeiro.
Perante os atores internacionais, Alckmin já possui maior credibilidade, diz o economista, pois defende as reformas, a estabilidade da moeda e o equilíbrio das contas públicas.
“Agora, se não mostrar controle dos gastos públicos, 2019 será outro ano ruim para o Brasil, especialmente se as agências de rating piorarem a nota do país.”
Quem decide boa parte do jogo dos negócios no país, diz Silveira, são os investidores. Se eles se assustam, fica mais difícil colocar o país nos trilhos.
“O custo da crise econômica foi alto. Mas existe uma percepção de que o país não está tão exposto a riscos como no passado. Apesar da crise na Turquia, o Brasil não fez tão feio.”
[…] Por Fátima Fernandes em Portal Varejo Em Dia […]
CurtirCurtir